1º Cirurgia - um ano depois

Hoje, dia 24 de Março...
Porque existem datas que nunca se esquecem, sejam elas por um bom, ou menos bom motivo!!!
Hoje apenas relembro...
Foi um dia longo...
Depois de uma noite sem conseguir dormir e com um grau de ansiedade brutal, tomei o meu pequeno almoço (7:00) e segui caminho até ao IPO.

Piso 7, cama...
Depois de estar instalada, olhei em volta...e vi-me rodeada das pessoas mais queridas, das pessoas que eu mais precisava naquele momento, a minha mãe, o meu pai, a minha irmã o meu namorado e também dois colegas/amigos.
Todos eles ansiosos, como é normal...
Eu? Eu nem sei o que sentia naquele momento era um misto de emoções, medo, ansiedade, curiosidade e felicidade. Felicidade por saber que este "bichinho mau" seria retirado de mim; mais que isso, seria retirado pelo melhor Cirurgião e na melhor instituição de sempre, pois para mim o Dr. Abreu vai ser sempre o melhor Cirurgião do Mundo e o IPO a minha 2º casa!

- 16:00 horas –
O coração começa acelerar, a Enfermeira anuncia que chegou a minha hora, a hora de descer para o Bloco Operatório e terei que dizer um até já às “visitas”.
A ultima pessoa de quem me despeço é do meu namorado e não aguentando mais segurar as lágrimas que fui sustendo ao longo do dia…descambo! Abraçou-me com aquele abraço que só ele me dá e beijou-me, dizendo um doce até já.

Chego ao Bloco e tranquilizo-me com os sorrisos de “boas vindas” e de saber que os meus colegas do Bloco de Famalicão ligaram para lá a mandar Beijinhos.

Entrei na sala de cirurgia e o Dr. Abreu veio falar comigo, explicando uma vez mais tudo aquilo que pretendia fazer. Terminou dizendo: “Vai correr bem Princesa”.

De repente todo aquele ambiente era-me familiar e consegui ficar mais calma.
Em breves minutos dormia um belo sono, o sono do “propofol”.
Enquanto isso ele retirava de mim aquele “bichinho” de 3cm.

- No Recobro -
Ouvi uma voz que chamava por mim, uma voz vinda do fundo do túnel que me dizia para respirar, que a cirurgia acabou, a voz do Alex, amigo e colega de profissão que fez questão de estar presente neste dia. Abri os olhos, sorri e voltei a dormir…
Acordo mais tarde e já no meu quarto.
Lembro de ter muito sono, mas com os olhos semi-abertos consigo ver que tinha mais uma visita, o meu cunhadinho veio de Mirandela para me ver.
É claro que não consigo esquecer o episódio em que a minha mãe decidiu dar voltas em redor da minha cama a destapar-me à procura do “saquinho” da algália…foi de rir, é claro que não encontrou porque eu não tinha! Ai mãezinha, mãezinha…essa cabecinha!!!
A meio da noite acordo com dores e com a sensação que tinha uma tonelada de tijolos em cima de mim.
Depois de me administrarem analgésicos, passou.

Depois? Depois dormi a noite toda…