2º cirurgia - 1 ano depois...

Hoje faz um ano que fui operada pela segunda vez.

A primeira cirurgia foi tumorectomia com pesquisa de gânglio sentinela, que infelizmente deu negativo, ou seja, um falso negativo, e digo infelizmente porque me levou novamente à sala de cirurgia e novamente um pós-operatório doloroso.

A notícia foi dada na consulta de grupo e o resultado do gânglio viria a dar positivo, tinha uma micro metástase e isso implicaria ter que ser operada novamente para fazer esvaziamento ganglionar axilar. Como podem imaginar, não estava a espera ter que ser operada novamente e fui novamente abaixo com a notícia.

Os dias passaram a correr e quando dei por mim já estava internada novamente.
Dia 29 de Abril…
8:00h da manhã e já estava pronta para me levarem para o Bloco operatório.
Quando acordei, lá estava eu no recobro mais uma vez…

Quanto a pormenores deste internamento não me recordo muito bem, mas também hoje não estou nos meus melhores dias, tive uma semana muito intensa, com muitas consultas e exames e estou um pouco cansada.

…prometo continuar.

Ajudem a Carolina...

É sempre bom vestir a bata por boas causas...
Hoje não foi excepção...

Tive conhecimento através do FacebooK e depois na SIC no programa da manhã que a Carolina, uma jovem da mesma idade que eu e com Leucemia estaria a precisar de um dador para poder terminar a sua dolorosa luta e virar a página.

A ideia partiu do primo da Carolina, o tão conhecido Dj Miguel Rendeiro que juntamente com o Instituto de Histocompatibilidade e nas instalações do Forte de S.João em Vila do Conde, decidiu organizar um "Chá Dançante" com Dj´s amigos e solidários.
Este evento, tinha como objectivo mobilizar o maior número de pessoas para possíveis dadores de medula e assim ajudar não só a Carolina como outras pessoas na mesma situação.

Como é evidente, não consegui ficar indiferente a esta causa tão nobre.
Infelizmente não posso ser dadora, mas sabendo que precisavam de Enfermeiros para ajudar na recolha, não pensei duas vezes em voltar a vestir a bata (depois de tanto tempo e ainda com as minhas limitações) e colaborar.

Tive o prazer de conhecer pessoalmente a Carolina e abraça-la; poder dizer que apesar de estarmos em barcos e lutas diferentes, a tempestade dela vai terminar em breve se Deus quiser (que vai querer sem dúvida) e com um final muito feliz como o meu!!

Admirei a tua fé e a tua força…és sem duvida um ser humano formidável. Torço por ti…


Um beijo com muito carinho…

Escapadela às Canárias.



Foram apenas 4 dias, mas foram 4 dias deliciosos...

Isto de voos Low Coast permite-nos fazer umas escapadelas de vez em quando; o destino foi Gran Canária, mais propriamente na zona sul da ilha.

Fui na agradável companhia do meu namorado, da minha irmã e do meu cunhadinho!!

Obviamente que tive que ter muito cuidado quanto à exposição solar...mas não deixei de dar umas pequenas e suaves braçadas no mar e na piscina, até porque me senti muito bem no que diz respeito às dores no braço.
Durante estes 4 dias não tive dores algumas, não sei se foi do clima, do calor e do grau de humidade mas o que é certo é que me senti mesmo bem e o melhor de tudo sem dores!

Infelizmente, no regresso e já no avião as dores voltaram e pioraram quando saí do avião e senti o frio desta "terrinha".

Crioprservação de Ovócitos ou Vitrificação



Vitrificação de Óvulos

Dentro das técnicas de Preserva da Fertilidade, a vitrificação de óvulos é a única que é no momento realizada na IVI. Trata-se de uma técnica indispensável, já que permite adiar a capacidade reprodutiva de uma mulher durante o tempo desejado, com as mesmas possibilidades do momento em que os óvulos são vitrificados.

A vantagem da técnica de vitrificação é que, dada a sua alta velocidade de refrigeração, se evita a formação de cristais de gelo, os quais podem danificar o óvulo ao lesionar as estruturas celulares, sendo esta a diferença em relação aos procedimentos de congelação lenta.

Os passos são os mesmos de um ciclo de FIV: estimulação do ovário com hormonas, aspiração dos óvulos, e em vez de os inseminar e fecundar, realiza-se a vitrificação (método cryotop), ficando armazenados posteriormente em nitrogénio líquido.
As indicações, além de preservar a fertilidade nas pacientes que irão receber tratamentos gonadotóxicos, são múltiplas e muito variadas, com o denominador comum de adiar a inseminação dos óvulos e/ou a gravidez.

Conseguiram-se taxas de sobrevivência dos óvulos de até 97%, depois da desvitrificação em pacientes jovens. Os óvulos podem manter-se crioconservados durante o período que a paciente desejar ou necessitar, não existindo uma limitação de tempo.
Um dos problemas da criopreservação de óvulos consiste na toxicidade dos crioprotectores. Esta toxicidade pode ser diminuída com uma mistura adequada de crioprotectores, ou através da utilização de sistemas com volumes muito pequenos, através dos quais conseguimos aumentar a velocidade de vitrificação e, por conseguinte, diminuir a concentração necessária do crioprotector.

Existem múltiplos dispositivos, mas o Cryotop é a melhor técnica disponível actualmente, representando a melhor alternativa para a criação de bancos de óvulos.

Resultados
Com a técnica do cryotop, conseguiram-se taxas de sobrevivência de até 97% em pacientes jovens (<35 anos), com taxas de gravidez de 65% e taxas de implantação de 40%.
Não se observaram diferenças estatisticamente significativas nas taxas de fecundação nem na qualidade embrionária, comparativamente com um grupo de óvulos frescos. Os dados referentes à taxa de gravidez e de implantação são comparáveis aos que se conseguem no nosso programa de doação de óvulos com óvulos frescos.

Analisando todas as idades, observa-se como a idade materna afecta negativamente a sobrevivência, apesar de os resultados clínicos serem similares aos esperados com os óvulos frescos nos mesmos grupos etários.

Nem se observaram diferenças nos pesos dos recém-nascidos vivos, tanto nas gestações únicas como nas gestações gemelares.

Indicações
A vitrificação dos óvulos é indicada:
- Nas pacientes oncológicas e não oncológicas que venham a receber tratamentos gonadotóxicos.
- Nas mulheres que desejam adiar a sua maternidade por qualquer motivo, para evitar os efeitos da idade.
- Nas pacientes nas quais preferiríamos realizar a transferência embrionária num ciclo distinto ao da estimulação folicular (risco de SHO, aparecimento de pólipos, hidrosalpingo ou hidrómetros, ausência de espermatozóides, etc.).
- Para acumular óvulos em pacientes com baixa resposta, ou para possuir uma quantidade suficiente destes, caso o objectivo consista na realização de um ciclo de diagnóstico pré-implantação.
- Para evitar os problemas éticos e legais da congelação de embriões.
- Na criação de óvulos.



Para mais informações consultem o site www.ivi.es

Partilhar...

Hoje fui à consulta de Medicina Física e Reabilitação.
Como já tinha referido no post anterior, tenho andado com muitas dores no braço de tal forma que já nem os analgésicos atenuam as dores. Agora vou aguardar para realizar exames mais específicos par saber ao certo o porquê destas dores.

Depois da consulta, foi-me apresentada uma jovem, tal como eu! Uma linda jovem de 25 anos que infelizmente foi "apanhada" pela mesma doença.

É incrível como cada vez mais aparecem jovens com esta patologia e o mais triste e imperdoável de tudo isto é saber que muitas destas jovens são mal acompanhadas pelos seus Médicos de Família, que simplesmente desvalorizam o facto de a idade não corresponder a uma patologia deste grau, o que de facto é completamente errado. Não querendo dizer com isto que os Médicos de Família são maus profissionais, mas como em todas as classes, existem bons e menos bons profissionais.

Voltando a esta jovem que conheci, tenho a dizer que gostei de ver a força e a vontade que ela demonstrou em vencer esta luta. Tem consciência que vai ser uma luta difícil mas que é para vencer. Como é normal quis saber como foi o meu trajecto e recolher alguns conselhos que tive todo o gosto em partilhar.

Há um facto que ainda não abordei no meu blog e que hoje depois de ter conversado com a C***, achei oportuno referir aqui.

Quando soube que teria que fazer Quimioterapia e saber os riscos que correria de ficar infértil, procurei ajuda junto da Médica de Ginecologia no IPO, que me falou da existência de uma Clínica em Vigo que faziam “Criopreservação de Ovocitos”(no post seguinte explico em que consiste). Recorri aos serviços dessa mesma Clínica onde me explicaram todo o procedimento e clarificaram-me quanto ao facto de não ser prejudicial para mim o tratamento hormonal que teria que fazer para colher os óvulos.
Mesmo assim, estando esclarecida, procurei aconselhamento junto do meu Médico no IPO que procurou saber mais informações sobre esta técnica, chegando á conclusão de que este não seria prejudicial para o meu caso em concreto.

Para terem uma noção, o estado Espanhol comparticipa este tratamento a todas as mulheres com doença oncológica.

Infelizmente ainda existem Médicos Portugueses inclusive no IPO, que não concordam com esta técnica.

Tenho neste momento Óvulos congelados, um futuro assegurado (no que diz respeito à fertilidade) e posso concluir, que este tratamento que fui submetida foi um êxito.

Depois da conversa com esta “companheira”, fui visitar os mais “pequeninos” à Pediatria e levei comigo mais tecidos para fazer os ” lençinhos”.
Encontrei duas “princezinhas” lindas com apenas 2 aninhos…
Estive a brincar com elas e só depois disso e de ter conseguido vários sorrisos, consegui despedir-me e ir à minha outra consulta.

Faz-me tão bem visitá-las…